Anquiloglossia, você sabe o que é?
Anquiloglossia é o termo técnico de uma condição congênita do freio lingual, estrutura que conecta a língua ao assoalho da boca e pode apresentar alterações quanto a extensão, fixação e espessura.
Tais alterações podem ser classificadas em leves, parciais, severas ou completas e restringir em diferentes graus a amplitude de movimento da língua. Essa limitação de movimento é o que mais leva neonatos ao consultório odontológico pela dificuldade de amamentação, uma vez que o bebê não consegue fazer a pega e o movimento de ordenha corretamente, e por vezes tem dificuldade em ganhar peso ou cólicas muito intensas devido a entrada de ar durante as mamadas. Ainda, a queixa pode ser de constantes fissuras do seio materno devido a pega errada.
Outra condição que também precisa de atenção, são os problemas de fonação devido à anquiloglossia. Porém, estes são comumente (infelizmente!) diagnosticados mais tarde caso a criança não apresente dificuldades em relação ao aleitamento materno.
O tratamento é cirúrgico (frenotomia e frenectomia), fonoaudiológico ou a associação de ambos dependendo da idade do paciente. Quando realizado em neonatos, a técnica cirúrgica é relativamente mais simples, onde uma pequena incisão libera mais o movimento da língua antes restringido pelo frênulo lingual. Em bebês não há a necessidade de sutura ou de exercícios fonoaudiológicos associados ao pós operatório, como ocorre em pacientes mais velhos.
A frenotomia é um procedimento cirúrgico muito seguro quando tomam-se os devidos cuidados, realizado sob anestesia local em consultório. Uma vez finalizado, a mãe já pode amamentar logo em seguida e o leite materno ajuda muito no processo de cicatrização. A recuperação é rápida e surpreende sempre os pais.
Pensar em operar um bebê recém nascido ainda é uma aflição de muitos, porém quando corretamente indicado proporciona grande melhora clínica e qualidade de vida de nossos pequenos pacientes.

Odontopediatria – CROSP 115.367
Membro do CEBDOF (Grupo de Estudo e Pesquisa em DTM e Dor Orofacial na Odontopediatria).